Há muitas razões.

Vivi com uma família japonesa de agricultores durante um ano.

Comemos arroz três vezes ao dia.

Mas não era "muito" arroz.

Uma tigela de arroz japonesa é pequena.

Talvez 200 calorias.

No almoço eu comia um ou dois onigiri (bolas de arroz com um pouco de ameixa salgada).

Cada um tem cerca de 175 calorias.

O café da manhã era de baixa caloria comparado a um tradicional americano.

Sopa Miso, arroz, algas marinhas, picles e natto ou uma quantidade muito pequena de carne ou peixe.

A única vez que comíamos muito arroz era quando tinha mochi.

Uma bola de mochi é cerca de três tigelas de arroz.

Nós o comíamos no inverno para nos mantermos quentes.

Outro prato de arroz que comíamos era o ochazuke.

Ele é arroz, chá, algas e talvez um peixe pequeno.

A coisa toda tinha talvez 300 calorias.

A maioria dos dias, para duas refeições por dia, nós comíamos sopa de miso ou uma sopa de caldo claro.

Uma xícara tem bem poucas calorias, talvez 50 calorias para a sopa de miso com tofu.

Estudos mostram que quando você come uma sopa como esta como uma refeição as pessoas tendem a consumir um total de 20% menos calorias.

A maioria dos países do leste asiático tem uma sopa semelhante.

Este costume por si só significa que você tenderá a comer 20% menos por duas de três refeições sete dias por semana.

Isto realmente se soma e gera efeitos.

As pessoas também bebem chá verde com a refeição, o que tem o mesmo efeito.

A maioria das refeições tem picles também e eles têm quase nenhuma caloria, mas eles satisfazem.

Nós não comíamos massas muito frequentemente, mas uma vez ou outra mergulhavam macarrão ou somen no caldo de carne.

As porções são muito pequenas.

Há uma tigelinha de arroz e uma quantidade pequena de outra coisa que você come com ele.

Este é quase o oposto do clássico jantar de bife dos EUA.

A refeição no Japão é literalmente chamada de "arroz" (gohan), todo o resto é okazu (pratos laterais).

Onde eu morava, na época em que eu era estudante do ensino médio, ninguém lanchava.

Nós não comíamos entre as refeições.

Quase não havia fast food.

Era tabu comer a pé ou em público.

Não comíamos nada quando voltávamos para casa.

Os adultos também não lanchavam.

Enquanto isso, 20% do orçamento de alimentação das casas de famílias dos EUA está na categoria "fast food".

Ninguém bebia muito refrigerante.

As pessoas nos EUA gastam 7-9% do seu orçamento alimentar em bebidas açucaradas! É o maior item do orçamento.

O refrigerante que bebemos era na forma de ramune e vendido em recipientes muito pequenos.

Eles vêm em garrafas de 200ml e têm 70 calorias.

Nós nunca tivemos mais de um.

As outras bebidas que bebemos eram Calpis, que é feita de leite fermentado.

E no inverno o amasak que é do saquê borra, e que tem muitas vitaminas.

Nunca comíamos sobremesa.

Não é realmente tradicional no Japão.

Andávamos muito mais do que muitos americanos.

Não havia nenhum ônibus escolar, todos andavam a pé ou de bicicleta.

Ninguém era conduzido.

A maioria das coisas eram feitas a pé.

Quando eu fiquei em Tóquio também nunca dirigíamos.

Até mesmo sentar no chão de uma casa tradicional gasta mais calorias.

Você se levanta e senta no chão.

Suas costas não têm suporte e você usa mais músculos.

Na minha casa não havia cadeiras nem sofás para descansar.

Por último, havia uma componente sociológico, histórico, cultural e psicológico.

Há lembretes para agradecer pela comida, para não desperdiçá-la, e que não há muito tempo as pessoas não tinham o suficiente para comer.

As pessoas falavam sobre como, quando crianças, elas só tinham uma bola de arroz ou um "almoço patriótico" (arroz com uma única ameixa em conserva) para comer.

Diz-se uma frase antes de comer que significa: "Eu humildemente recebo isso de cima (do universo, do cozinheiro, ou de ambos)".

Nunca se deixa um grão de arroz na tigela, não desperdiçando o último pedaço que seja.

Você não pode pedir uma segunda tigela e não terminar de comê-la.

As pessoas falam de ser um país pequeno e não ter terra suficiente para alimentar toda a gente.

A independência alimentar, especialmente o arroz, é um problema.

A gula não é um pecado tradicional do Japão.

Simplesmente não fazem isso.