LOC: AUDITOR DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO DIZ QUE MANOBRAS CONTÁBEIS FORAM USADAS PARA O GOVERNO DILMA AUMENTAR GASTOS MESMO SEM DINHEIRO EM CAIXA.
LOC: A OPOSIÇÃO QUESTIONA O FATO DE O TCU NÃO TER RESPONSABILIZADO PRESIDENTES DA REPÚBLICA ANTERIORES QUE ADOTARAM A MESMA PRÁTICA.
A REPORTAGEM É DE HÉRICA CHRISTIAN.
(Repórter) À Comissão Especial do Impeachment, o secretário de Controle Externo da Fazenda Nacional do Tribunal de Contas da União, Tiago Dutra, declarou que as chamadas pedaladas fiscais poderiam chegar a R$ 100 bilhões caso o TCU não tivesse alertado sobre os atrasos de pagamentos da União a bancos públicos.
Ao citar a auditoria feita, ele disse que em 2014 o governo devia R$ 58 bilhões referentes a repasses não feitos à Caixa Econômica, Banco do Brasil e BNDES.
E que as quitações só foram feitas após o TCU pedir a rejeição da contabilidade de 2014 da presidente afastada Dilma Rousseff.
Tiago Dutra citou que o Tribunal recomendou a responsabilização de integrantes da equipe econômica de então, entre eles, o ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o ex-secretário do Tesouro, Arno Augustin.
Ele disse ainda que a meta de superávit acabou alterada para acomodar os pagamentos cobrados pelo TCU, entre eles, os R$ 15 bilhões ao Banco do Brasil, pelo Plano Safra, sendo R$ 3 bilhões de juros.
Tiago Dutra destacou que os atrasos de quitação da União com os bancos públicos ocorriam desde 2011 de forma sistemática.
(Tiago) Trata-se de uma questão muito grave e muito séria e com uma característica intencional muito forte.
A diferença entre um erro e uma fraude é a intenção.
Ficou consignado no meu despacho que trata-se de um artifício deliberado para maquiar as estatísticas fiscais.
(Repórter) A senadora Fátima Bezerra do PT do Rio Grande do Norte citou que os ex-presidentes Fernando Henrique e Luiz Inácio Lula da Silva também atrasaram o pagamento aos bancos públicos.
Ela questionou o que chamou de mudança de metodologia do TCU para considerar crimes as pedaladas de Dilma.
(Fátima) O TCU sempre autorizou esses procedimentos.
Somente em outubro de 2015, decidiu que não poderia ser mais feito.
Volto a repetir que a partir do momento que o TCU mudou a orientação, deixou-se de fazer.
Desde 2015, não existe nenhuma ilicitude com o Plano Safra.
(Repórter): Por decisão da maioria dos integrantes da Comissão, quatro testemunhas arroladas pelos senadores favoráveis ao impeachment foram dispensadas.
A defesa, que contestou a decisão, vai rever a lista apresentada para tentar incluir alguns dos nomes desses técnicos.
Da RS, HC.